Descobrindo o valor que há em nós

“Comecei a investigar as marcas, fábricas e produtos antigos portugueses, percebendo a quantidade de produtos que existiam ainda com embalagens originais (dos anos 20 – 60, tivemos um mercado muito fechado e pouco concorrencial por muito tempo) e a rapidez com que estavam a desaparecer. Pareceu-me que era possível passar estes produtos quase esquecidos nas drogarias e nas mercearias para um outro mercado, o das lojas de design e de museus, contando a sua história e particularidades (...) Funcionou.”, conta Catarina Portas, acerca da loja “A Vida Portuguesa”, situada no Chiado.

Segunda-feira gorda de Carnaval.
O frio e a chuva teimavam lá fora, mas a estação de comboios de Coruche esperava por nós. Embarcámos à 7h50min; destino: Lisboa – Santa Apolónia. Para passar o tempo, animámos a viagem com jogos de cartas, enquanto apreciávamos a bela paisagem ribatejana.

Perto das 9h30min, já em Santa Apolónia, seguimos de metro para a Baixa. Sempre debaixo de chuva, embora com boa disposição, aventurámo-nos pelas ruas de Lisboa e enfim encontrámos a Rua Anchieta, onde mora a loja “A Vida Portuguesa”, com a qual havíamos estabelecido contacto desde o início do ano.

Mas porquê o Chiado? Catarina Portas, a criadora, afirma que procurava uma loja antiga, pois vendia produtos tradicionais portugueses. “Esta é uma zona comercial antiga e espantosa. O Chiado é, desde há séculos, a zona comercial mais nobre e chic de Lisboa. Dizia num poema a Fernanda de Castro: o Chiado “Dos ourives, dos chás e dos livreiros”. E o escritor Ramalho Ortigão chamou à Rua Garrett “a ladeira vaidosa”. Fernando Pessoa que nasceu aqui, diante do teatro de São Carlos, disse que o Chiado era “a minha aldeia”. Aqui estiveram sempre os melhores comerciantes da cidade, os mais audaciosos e os mais exaustivos. Cada uma destas lojas tinha uma personalidade. E acredito que o Chiado deve manter esse tipo de comércio especializado e original e não transformar-se apenas num centro comercial gigante ao ar livre, repleto de lojas de cadeias internacionais ou nacionais, todas iguais. A mistura destes dois tempos e mundos é imprescindível”.

“A Vida Portuguesa” é, assim, um espaço rústico, acolhedor, com o típico aspecto de uma loja tradicional portuguesa. Vasculhámos cada canto e capturámos cada pormenor. Durante a nossa visita, deparámo-nos com a afluência de turistas estrangeiros, de várias faixas etárias. Soubemos também que alguns portugueses procuram a loja, cativados pelo seu carácter local, para reviver a nostalgia dos velhos tempos e obter “o perfume que já não encontra na drogaria da rua”.




E quanto ao futuro da loja? Catarina Portas quer continuar a expandi-la. “Para além disso, apostámos ainda na criação de uma loja online e já estamos a trabalhar na tradução dos textos dos artigos para chegar a outros mercados internacionais”.

No fim, acabámos por trazer connosco algumas lembranças. Tarefa cumprida!

Com o resto do dia por nossa conta, aproveitámos para visitar esta emblemática zona de Lisboa, não podendo deixar de dizer “olá” ao nosso Fernando Pessoa, na Rua Garrett.

Já o sol desaparecia no horizonte e a chuva estava ainda no nosso encalço, regressámos a casa embaladas pelo suave trepidar do comboio. Até à próxima!!...

O Grupo Prefere Portugal
Catarina Caçador
Inês Branco
Lúcia Pires
Mónica Santos
Sofia Silva

1 comentário:

MOVET disse...

Bonita reportagem!

Como já referimos, achamos de extrema importância a existência de iniciativas como esta.

É necessário fomentar o consumo de produtos nacionais para mover a economia portuguesa.

Temos de contrariar aqueles que acham que este é um país que nada produz!

Temos de fazer aumentar as exportações e diminuir as importações!

Um grupo que consciencialize para estes pontos é verdadeiramente importante!

(Vocês deviam ver o vosso projecto reconhecido nos meios de comunicação social - e, se não fosse pedir muito, o nosso também ;p)

Nós providenciamos assistência, vocês tentar 'cortar o mal pela raiz'.

Estão de parabéns!

MOVET

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